Por volta dos anos 80, eu já havia consumido grande parte das bandas de rock britânicas e americanas, já tinha passeado pelo rock progressivo italiano com o PremiataForneria Marconi, pelo rock alemão do "Necktar" e pela energia do rock holandês do "Focus".
A disco music, que começara nos meados dos anos 70, estava com força total, mas não fazia parte dos meus programas ir dançar nos embalos de sábado a noite nas discotecas ao estilo John Travolta.
Minha sede por algo novo, um estilo diferente que me cativasse, estava crescendo. A música que eu produzia nessa época precisava de inspiração. Sim! Quando se ouve coisas novas - e quando digo novas não significa que tenham que ser contemporâneas - a gente se inspira. E foi o que aconteceu...
Em 1980, um amigo querido apareceu lá em casa com um disco (vinil) bem diferente. Era uma coletânea de uma banda folk escocesa chamada "IncredibleString Band". Pronto! Mudou minha vida!
A banda começou em 1965, uma música completamente diferente de tudo o que eu tinha ouvido ate então, me identifiquei muito com a estética psicodélica da banda, as músicas, os arranjos e a liberdade musical com que se expressavam. Tive muitas influências dessa banda, na forma de compor, de tocar e até de conhecer outros instrumentos, já que os 2 membros principais eram multiinstrumentistas e tocavam uma serie de instrumentos exóticos.
A coletânea apresentada pelo meu amigo era o único disco lançado no Brasil, e conseguir discos importados naquela época era um desafio, mas como sempre se tem um jeito de resolver as coisas - não tão rápidas como a internet -, dentro de algum tempo consegui todos os discos.
Acho que é muito saudável essa busca por fontes que te inspiram, os caminhos musicais são moldados pelo que você ouve. E ouvir, aqui, significa se deixar levar não só pela técnica, mas pela emoção que aquela musica produz em você, e isso é o que vai fazer surgir no músico, no seu tempo, a sua personalidade musical.
Grato, amigo, pelo presente importante que você nem sabe que me deu!
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