Como tudo que começa tem que ter um início, o meu foi assim: Uma moça entrou na nossa sala de aula com um violão, tocou e cantou algumas musicas, alegrou todo mundo, e no final disse que dava aulas de violão, deixou o contato e se foi, deixando a gente na saudade pra encarar as próximas aulas de matemática, ciências, etc...
Eu achei muito legal aquilo tudo, mas não liguei. Já meu amigo levou a sério e em uma semana ele já arriscava os primeiros acordes no violão e não demorou muito pra eu também me aventurar naquela nova jornada.
Nos seis ou sete meses que fiquei no curso, aprendi alguns acordes básicos e com eles muitas musicas que tocávamos e cantávamos em grupos. Dessa época me lembro de Marinheiro Só, Meu amigo Charlie Brown, e quando estava para sair do curso já tocava harmonias mais sofisticadas como Viola Enluarada.
Numa tarde depois da aula, uma amiga do curso ia assistir um ensaio de uma banda de rock cujo guitarrista era seu amigo, e me perguntou se eu queria ir. Eu com 13 anos, com uma amiga linda, ( ela era um pouquinho mais velha do que eu ) assistir um ensaio de uma galera do rock ? Não ia perder isso por nada. Quando chegamos lá, aquilo deu um nó na minha cabeça, quando abrimos a porta do estúdio, foi como se tivéssemos aberto um portal pra outra dimensão, eu ouvi o primeiro power chord da minha vida, com uma distorção ensurdecedora. Era a guitarra do Zé Mauricio ecoando por todos os lados com uma pegada que só ele tem, o baixo do querido Kika Lot e a bateria de Marcio Bahia ( acreditem ou não eu conheci o Marcio tocando rock’n roll, e pesado ). Eu estava assistindo o ensaio da banda Íris, formada por esses três músicos maravilhosos.
Aquilo acendeu alguma coisa dentro de mim. Fui pra casa com os ouvidos, digamos, bem sensibilizados, coisa que dali pra frente seria bem frequente.
Dali há algumas dias, contando a minha experiência a um amigo do prédio, ele me perguntou: Você gosta de rock? Então vou te emprestar dois discos. Ele me apresentou nada mais nada menos do que o Machine Head do Deep Purple e o Black Sabath Vol 4. Quando coloquei o Machine Head pra tocar e ouvi o primeiro solo de Ritchie Blackmore, eu já me vi com uma Fender Stratocaster no palco trilhando os caminhos do rock. Meu caminho na musica não foi traçado só pelo rock, muitas influências tive e tenho, mas posso dizer que a força visceral desse estilo me impulsionou para o mundo maravilhoso da musica.
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